Há aproximadamente cinco anos iniciou-se um projecto em Galegos que procura recolher o que é mais característico e tradicional da nossa freguesia. Essa recolha etnográfica começou com um demorado e exaustivo trabalho de pesquisa, evoluiu para o contacto pessoal (sob a forma de entrevista) com pessoas que viveram ou ainda recordam essas tradições… Contudo é impossível ouvir todas as pessoas desta forma mas mesmo assim continua a ser necessário ouvir todos os que pretendem tomar parte da história do passado para de seguida podermos explicar as origens do hoje que vivemos.

Falar de uma recolha etnográfica é muito mais do que conversar sobre contos e lendas, ou mezinhas e chás, ou ainda crendices e ensalmos e benzeduras, jogos, vestuário e alfaias tradicionais; no fundo é viver todas essas tradições que se perdem no tempo (e infelizmente também se esquecem com o tempo).
Assim em cooperação com o grupo de jovens, convidamos todas as pessoas que o queiram e o desejem (tomara que estes fossem muitos) a participar e assim colaborar numa sessão para enriquecer e depurar toda a recolha etnográfica realizada até agora. Essa sessão decorrerá na sala do grupo de jovens no dia 10 de Julho, pelas 21:00 (ou no final da missa, se neste dia for de tarde).

Sei que muitos pensam: “não tenho nada para dizer” ou que “nada sei sobre isso”… Atenção, não deixem de participar por pensaram assim, de certeza que ficarão maravilhados com o que a memória colectiva pode fazer. Aliás quase todos os que foram entrevistados (cerca de 17 pessoas) até à data começaram por dizer o mesmo, e, sem nada para dizerem, deu para recolher 90 horas de gravação. O trabalho, nessa sessão, será recolhido e posteriormente durante no mês de Outubro será divulgado e apresentado à comunidade na forma de livro a ser editado pela editora de Barcelos “Palavra de Honra”, dando assim um passo na preservação das nossas tradições e das nossas origens.

Atenciosamente e grato pela vossa participação, mais uma vez Galegos sai enriquecido e a construir história, desta vez contando e recriando as suas origens.
Sérgio Macedo.